E a nossa Britney, cadê?

Finalmente, na noite do dia 18, pude presenciar um momento histórico pelo qual eu esperava durante 11 anos: o show da Britney Spears. Realmente, era uma coisa que eu queria muito vivenciar. Era algo pelo qual eu não sabia descrever o sentimento toda vez que eu pensava em vê-la na minha frente, em cima do palco. Infelizmente, nem tudo são flores. E os contras pesaram bastante para minha avaliação final do espetáculo...
Primeiro: visualmente o show é perfeito. Claro, levando em consideração os padrões nacionais de espetáculo e sabendo que, a estrutura nacional para esses espetáculos não é das melhores. O palco mesmo, comparado ao dos outros locais da turnê, é bem pequeno. Mas enfim, Brasil né?
Entretanto, um espetáculo desses não se resume apenas ao visual (e sim, não é um show, é um espetáculo... que são coisas diferentes). E é nessa parte em que o espetáculo peca. A Britney tem domínio de palco? Sim. A Britney está feliz fazendo o que ela faz? Aparentemente sim. A Britney está com a corda toda? Longe disso. Há partes em que a sonolência transborda em seus movimentos. E isso complica o desenvolvimento do espetáculo.
A maior parte do tempo, em seus movimentos mais mirabolantes, ela se debruça sobre os dançarinos, que fazem as partes mais difíceis. Ela não parece estar disposta a “suar a camiseta de verdade” e sim apenas fazer o seu trabalho. Há momentos (e não são poucos) em que a coreografia se resume à movimentar os braços, dispensando qualquer movimento mais elaborado.
Quanto à forma física da cantora, há três pontos que devem ser abordados: ela não está gorda. Ponto. Por mais que digam “A Britney está gorda”, é mentira de quem não sabe a diferença entre ser gordo e ter gordura localizada. Ela tem a barriga flácida e, aparentemente, bastante marcada por estrias e celulites (provavelmente causadas pelas duas gravidezes seguidas e pelo açúcar e gorduras ingeridas incontrolavelmente durante muito tempo). O terceiro é mais delicado: Britney não parece se importar em desconstruir o modelo de beleza imposto. Ela mostra a barriga, deixa filmarem seu corpo deliciosamente imperfeito por inteiro e não fica se escondendo atrás de uma pele oleosa e impregnada de laquê de cabelo para esconder as celulites e estrias. Assim como não aparenta querer recorrer à plásticas ou malhação pesada para consertar o que acha que não está errado, apenas para agradar aos outros. Simples assim.
Fazendo um espetáculo totalmente marcado, que não dá espaço para o improviso, nem mesmo quando os fãs abafam sua voz com gritos histéricos de “We Love You”, Britney fez um show bonito, interessante e emocionante, mas que empolga mesmo só quem é fã e conhece pelo menos 90% da setlist total. Para quem foi por “curtir a musica” ou para os acompanhantes, que não eram poucos, foi um show morno e marcado por um comportamento distante da estrela internacional.
Como fã, posso dizer que ir a um show da Britney foi como ir assistir um espetáculo de stand up sabendo todas as piadas que seriam contadas: nós rimos, achamos graça, mas não somos envolvidos totalmente por aquele universo. Isso não me faz menos fã, apenas me faz critico o suficiente para perceber que talvez, nesse momento, o show da Britney seja puro entretenimento, onde a emoção de vê-la em minha frente parece ser a maior do local.

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