Calando a voz uníssona de um só


Salve, galerinha tranqüila. É tão engraçado manter um blog. E não pelo fato que você quase poder escrever tudo o que quiser (sim, porque eu sou um daqueles que acredita que internet NÃO é terra de ninguém, e que confundir liberdade de expressão com agressão alheia é um dos erros mais graves dos internautas), mas sim porque as vezes você pensa que não tem sobre o que escrever, e escreve qualquer coisa. E isso acaba repercutindo MUITO. E aquele outro texto, que você passou horas pesquisando, passa batido com ZERO comentários. Ou seja, é irônico.. Enfim.
Estou aqui porque, até que me provem o contrário, esse espaço é MEU (depois de ser do blogspot, claro) e acho que aqui posso me expressar livremente. Aprendi já que o importante é “não citar o nome de ninguém, nem insinuar que tal pessoal fez algo que não fez”. Então, tudo o que será publicado a seguir eu tenho sim como provar, camaradas.
O negócio é o seguinte: estou com uma ameaça de processo! =>TODOS CRENTE MORRE!
Porque? Simples...
No dia 13 de agosto, tive acesso ao Edital para provimento de cargos do Município de Rio Grande/RS. Sou bibliotecário com muito orgulho, mesmo a minha profissão sendo alvo constante do “Biblioquê?”. Mas, enfim... Nesse edital consta que há 1 vaga para bibliotecário e que essa vaga possui vencimentos de aproximadamente R$ 980,00. Ainda, expressa que a vaga obedece regime estatutário, La La La, Le  Le Le e whiskas sachê.
Fiquei revoltado. Por que? Além de estar num município que possui um dos maiores desenvolvimentos sociais e econômicos do Estado do RS (e mesmo assim oferece esse salário de fome), já havia dois anos que eram divulgadas que seriam abertas 16 vagas para o cargo de bibliotecário. OBS: divulgação essa feita por pessoas ligadas à administração pública. Fulo da vida, fui lá contatar colegas de profissão e acabei escrevendo uma mensagem, repudiando os vencimentos, o numero de vagas e solicitando o auxilio dos colegas para que juntos cobrássemos uma retificação do edital.
Só que, infelizmente, cometi um erro. Enviei, ao Secretário da Educação e Cultura, que outrora foi meu professor na Universidade, o e-mail. E para seu e-mail pessoal. E aí eu descobri o significado da expressão “pulo do gato”. Fui acusado, entre outras coisas, de não fazer uso dos meios certos para me comunicar com órgãos da administração pública, assim como de seus respectivos representantes. Pelo que entendi, é uma forma meio torta de decoro...
Acabei mantendo mais 3 mensagens de contato com o Secretário, dessa vez pelo e-mail oficial da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e em TODAS as mensagens, o cara fez questão de achar pêlo em ovo: interpretava uma palavra a sua maneira e cobrava retratação. Abriu até processo administrativo na Prefeitura (pelo menos é o que diz na mensagem...) e disse que se eu não enviasse uma retratação que ele considerasse suficiente (ou seja, eu deveria escrever uma mensagem com a visão DELE de erro, e não com a minha) ele iria abrir um processo.
E estava armado o circo. De repente minha mensagem de cobrança virou uma arma que feriu a moral de um profissional, mesmo o nome dele não sendo citado uma única vez como culpado do ocorrido. Fui visto como o inconveniente por colegas que outrora – PASMEM – me incentivaram a tomar tal atitude. Fui julgado por colegas de trabalho que até então, dois meses atrás, eram só elogios ao meu trabalho. E assim eu sigo a vida.
E porque tocar nesse assunto? Simples, caros telespec! Por que mais uma vez conseguem calar a voz da parte mais fraca com acuação. Foi tiro de tanto lado diferente que se eu esperasse os gatilhos serem apertados, eu viraria uma peneira. Fui acusado de coisas que não fiz, não disse e não escrevi. Tudo pela interpretação errônea de uma pessoa cheia de “pré-conceitos” em relação a mim.
E daí vão dizer – como eu já ouvi – que eu deveria não ter baixado a cabeça. Colegas, isso é muito bonito na televisão, onde o mocinho sofre mas se dá bem no final: eu estou passando por dois momentos extremamente delicados, um de foro pessoal e outro de foro profissional. Não posso me dar ao luxo de enfrentar processos (no plural mesmo) judiciais. É muito legal ser o mártir quando você apenas levanta a bandeira, mas não é tão doce quando você faz a bandeira.
Eu não sei no que vai dar. Não sei se eu realmente serei processado (até porque ainda não recebi intimação alguma) ou se fui abençoado com o dom da anistia. Só sei que fui ameaçado. Que fui pressionado a pedir desculpas senão o caldo ia entornar. E eu sim tenho medo, porque tenho 25 anos. Início de carreira. Perspectivas de mestrado e doutorado. E infelizmente na minha área, todo mundo se conhece. E tudo tem Q.I. E não é sobre quociente de inteligência que estou falando...
Daí me lembrei da Lola Aranovich. Que resolveu peitar o Marcelo TasSEACHANDO e foi perseguida, fuzilada, execrada... mas que soube dar importância pra quem realmente importava: quem lia seu blog, quem sabia do que se tratava, e a quem não importava se ela era gorda, se era pobre ou rica, se aparecia na TV toda segunda com um programa chinfrim expondo a própria filha pra ficar bem com causas LGBTT. Enfrentou de cabeça erguida a pressão – que não devia ser pouca, convenhamos – de enfrentar um ser que tem a mídia a sua disposição. O que é um blog pessoal contra um canal de televisão?
Por isso eu digo: o dia que eu crescer, quero ter a fibra da @lolaescreva , só pra poder lutar pelos meus princípios sem me importar com as conseqüências dessa luta na minha vida pessoal e profissional.
Por hora, ainda não tenho maturidade para tanto. Mas eu chego lá...

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