Machismo tem limite?

Caros leitores. O que é isso que estamos vivendo ultimamente? As vezes eu me recuso a acreditar que faço parte da espécie Homo Sapien. Sério! Certo dia ouvi de uma conhecida, ao comentar uma fofoquinha de algum artista da TV "Não assisto TV, sou super desatualizada. Não tenho estômago pra encarar a realidade". Na hora fiquei FULO da vida: como uma pessoa pode ser tão alienada e se desligar do mundo pra assistir somente Discovery Kids (por causa do filho, lógico)???
Mas pensando friamente, não é que ela tem razão? Explico...

Alguém viu o caso Rhanna, estudante de direito que teve o braço quebrado por um sujeito simplesmente porque se negou à dar continuidade ao ato do flerte? Sim meus caros: o criminoso (por que é isso que ele é) quebrou o braço de uma mulher que disse NÃO. Ou o caso da Dani, outra moça que estava numa boate em Belo Horizonte e que, ao ir comprar uma bebida, foi abordada por outro maníaco que, ao ser dispensado com um não, a segurou, puxou seu cabelo e a tocou no vagina, por baixo da saia, sem o consentimento da vítima. E ainda foi defendido pelo segurança e pelo dono da boate.
É ofensivo. É grotesco. É nojento. É humano. E isso não é motivo de orgulho. Não é de hoje que alguns homens acham que pelo fato de serem homens, simplesmente podem fazer e dizer o que quiser. É como se existisse um pensamento: "Mulher que usa esse tipo de roupa é puta", "Mulher que vai pra balada sozinha quer dar". Ridículo. É uma política de choque: qualquer coisa que as mulheres façam que esteja de algum motivo relacionada ao fato de elas estarem desprotegidas ou em uma situação de defesa, as fazem automaticamente vítimas do pensamento retrógrado e criminoso de certos machos. Como se ser macho fosse comprovado por meio da quantidade de vezes que você ejaculou em uma mulher.
Daí, estava me lembrando de certa vez que levei algumas alunas à um bar. Elas, claro, super produzidas e prontas para diversão. Isso mesmo: DIVERSÃO. Acredito que uma ou outra até quisesse ficar com alguém (são solteiras, proibir porque?) mas a maioria queria dançar, curtir, rir e se divertir. Mas, infelizmente os caras não pensaram assim. Ao ver uma grupo grande de mulheres, no meio do qual eu me perdia facilmente (era o único homem), alguns começaram a AGREDIR as meninas: eram passadas de mão, "encoxadas", papinhos medonhos de homem que quer esvaziar o saco com outra coisa a não ser sua própria mão e por aí vai...
Tive que arrecadar o rebanho e partir para o hotel sem ao menos aproveitar a festa.
E daí eu vejo um número imenso de mulheres defendendo esse comportamento dos ditos "machos", consentindo para que braços sejam quebrados. Achando justo uma mulher, por andar com uma roupa curta e provocante, ser agredida sexualmente porque o maníaco não conseguiu conter o tesão ou resolver o problema sozinho.
E daí eu vejo tanta gente falando mal de gays, como se estes não pudessem ser homens. Como se ser macho fosse exclusivamente questão de sexualidade. Como se ser masculino dependesse unicamente de introduzir sua ferramenta peniana em uma vagina.
Desculpe sociedade fascista, mas com esse exemplar de macho que a maioria canoniza veladamente todo dia, eu realmente não quero fazer parte da casta.

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1 comentários:

Débora Due disse...

Concordo plenamente contigo Guigo!!
Abraço...Débora Due